segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Violência

Autores: Alice, Yannick, Bibiana, Juliano, Lucas, Ethel, Maíse, Elitiele, Eduardo Marques, Breno, Josi Anne
Turma: 302
Disciplina: Inglês
Prof Coordenador: Caroline

“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”.

Introdução

Nesse trabalho iremos abordar um tema muito discutido em nossa atualidade: a Violência. Iremos esclarecer algumas dúvidas e passar algumas informações nas quais tentaremos alertar o perigo e a preocupação que deveremos ter com esse tema.

Violência

Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia, aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.
Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costuma estar próximas na língua e pensamento cotidiano. Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.
Existe violência explícita quando há ruptura de normas ou moral sociais estabelecidas a esse respeito: não é um conceito absoluto, variando entre sociedades. Por exemplo, rituais de iniciação podem ser encaradas pela sociedade ocidental, mas não pelas sociedades que o praticam.

Histórico

Os antigos gregos concebiam o mundo fundamentalmente com ordem, harmonia, cosmos. Cada ser tinha um lugar destinado e tudo se resumia a manter a hierarquia dos valores e a localização de cada um na totalidade. Essa concepção não implica em luta e violência. No entanto, mesmo entre os próprios gregos surgiu a concepção do mundo como luta de contrários. Heráclito proclamou que a guerra é a mãe de todas as coisas. Em vez de ordem, trata-se de um mundo por fazer e que se "faz" precisamente no conflito entre as forças contrárias, do qual brota o novo.
Foi este segundo esquema que se impôs nos tempos modernos. Hegel concebeu toda a história como uma luta de contrários em constante auto-superação. Darwin colocou como motor da evolução a seleção natural na luta pela vida. E o marxismo aplicou esses esquemas ao progresso social, que, a seu ver, se realiza através da luta de classes, que dinamiza a história. Hobbes formula a idéia dizendo que o "homem é o lobo do próprio homem". Marx estimula a luta de classes, o capitalismo a luta pelo dinheiro e pelo poder. A guerra faz parte da condição do homem frente a natureza.
Em termos da Bíblia, o Antigo Testamento destaca uma das raízes fundamentais da violência: o ódio. Esse ódio nos apresentado como fruto do pecado, sendo, por conseguinte, condenado por Deus. Coloca as pessoas em posição de opressão. Assim, os justos respondem com ódio ao ódio dos opressores. Amar os ímpios significa trair a causa de Iahweh. O Novo Testamento surgiu em mundo sacudido pelo ódio e pela violência. O ideal evangélico pareceu oposto à própria luta pela vida, que, como já vimos, exige a competição e a rivalidade, voltadas para metas sempre difíceis.

Raiz da violência

Podemos enumerar vários tipos de violência: violência agressiva, violência do espírito de competição, violência dos que querem tornar-se "importantes", dos que procuram disciplinar-se segundo um padrão para alcançarem "posição", dos que se reprimem, tiranizam e embrutecem a si próprios, a fim de se tornarem "não-violentos". Os santos, por exemplo, são violentos porque querem disciplinar-se a si mesmos.
Onde está à fonte, a raiz da violência?
Segundo Krishnamurti, a fonte da violência é o "eu", o "ego", que se expressa de muitos e vários modos — dividindo, lutando para tornar-se ou ser importante etc.; que se divide em "eu" e "não eu", em consciente e inconsciente; que se identifica, ou não, com a família, a comunidade etc.

Causas

A partir da predisposição humana inata à violência, considera-se que a violência é um artifício efetivo bem resumida por Hobbes:
· "De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de contenda. Primeira, competição; segunda, difidência; terceira, glória. A primeira leva os homens a invadir pelo ganho; a segunda, pela insegurança; a terceira, pela reputação. Os primeiros usam da violência para assenhorar-se da pessoa, da esposa, dos filhos e do gado de outros homens; os segundos, para defendê-los; os terceiros, por bagatelas, como uma palavra, um sorriso, uma opinião diferente e qualquer outro sinal de menosprezo, seja direto em suas pessoas ou, por reflexo, em seus parentes, amigos, nação, profissão ou nome."
· A segunda causa, também chamada de armadilha hobesiana, explica porquê a presença de um indivíduo, tribo ou nação agressiva instiga seus pares à violência, seja pela defesa ou de modo preventivo, para inibir a possibilidade de agressão .
· Segundo Pinker: "A análise de Hobbes mostra que a violência não é um impulso primitivo e irracional, tampouco uma "patologia". Em vez disso, ela é o resultado quase inevitável da dinâmica dos organismos sociais racionais movidos pelo auto-interesse".

Tipologia

Embora a forma mais evidente de violência seja a física, existem diversas formas de violência, caracterizadas particularmente pela variação de intensidade, instantaneidade e perenidade.

Violência física

Algumas formas de violência, especialmente a violência física, a agressão propriamente dita, causando danos materiais ou fisiológicos, caracterizam-se pela intensidade comparativamente alta, assim como pela instantaneidade. Porém tendo pouca perenidade. Existem inúmeras variações da violência física (ou ainda, sub-variedades), como o estupro, o assassinato e ou o antigo (e desusado) duelo.

Violência psicológica

A violência psicológica consiste em um comportamento (não-físico) específico por parte do agressor. Seja este agressor um indivíduo ou um grupo específico num dado momento ou situação.
Muitas vezes, o tratamento desumano tais como: rejeição, depreciação, indiferença, discriminação, desrespeito, punições (exageradas) podem configurar como um grave tipo de violência. Esta modalidade, muitas vezes não deixa (inicialmente) marcas visíveis no indivíduo, mas podem levar à graves estados psicológicos e emocionais. Muitos destes estados podem se tornar irrecuperáveis em um indivíduo, de qualquer idade, antes saudável.
As crianças, são mais expostas a violência psicológica, tendo em vista que dispõem de menos recursos que lhe garantam a proteção. O ambiente familiar e a escola tem sido os locais mais reportados. Pais e parentes próximos podem desencadear uma situação conflituosa. Na escola, os colegas, professores ou mesmo o sistema escolar podem ser os causadores de situações de constrangimento.
Os adolescentes também são vítimas da mesma situação.
Mesmo indivíduos adultos podem sofrer as mesmas conseqüências danosas. Um exemplo claro disto são as situações de assédio moral.
Assédio moral é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
São mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e anti-éticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização.
Em geral, provocam ações humilhantes ao profissional ou o cumprimento de tarefas absurdas e impossíveis de realizar, para gerar a ridicularização pública no ambiente de trabalho e a humilhação do profissional.Ou ficam denegrindo a imagem do profissional com humilhações, muitas vezes mentiras. E para conseguir adeptos e ganhar força a perseguição moral, arrumam aliados. Para que consigam pessoas que os apóiem eles passam de perseguidores a vítimas.
Algumas vezes forçam o profissional a desistir do emprego.
Em geral, aquele que pratica o assédio moral tem o desejo de humilhar o outro ou de ter prazer em sentir a sensação de poder sobre o outro. Chegam a criar adeptos para que se juntem ao grupo para fortalecê-lo. Alguns se unem porque igualmente gostam de abuso de poder e de humilhar, outros se unem por covardia e medo de perderem o emprego.
Aquele que faz o assédio moral pode ter desejo de abuso de poder para se sentir mais forte do que realmente é, ou de humilhar a vítima com exigências absurdas. Alguns inclusive são sádicos e provocam outras violências além da moral.
Por ser algo privado, nem sempre a vítima consegue na justiça provar o que sofreu, principalmente porque tem dificuldade de conseguir testemunhas, porque estas preferem se calar a colocar o emprego em risco. Em todo o caso, a situação começa a contar com estudos especializados e a própria Justiça passa no momento sob uma ampla revisão da matéria.

Violência política

Um pouco diferenciada da violência social é a violência política; esta foi relacionada no passado a atentados e assassinatos, sendo praticamente exclusiva de escalões próximos aos governos. O terrorismo (que deve ser entendido como violência física e política, simultaneamente) contribuiu para "democratizar" a violência política. Assim, essa modalidade é instantânea, por vezes intensa e deve ser obrigatoriamente perene. Uma das formas mais conhecidas de violência política foi o chamado Terror, período revolucionário na França em que a sustentação de um regime se deveu à pura e simples eliminação de todos os suspeitos e a um estado de guerra total (em sua primeira aparição) e pânico de massas. O período nazi-fascista é esplêndido em termos de violência de todas as formas, como será discutido em outra seção adiante.
Outra forma de violência política é a imposição de ideologias – de qualquer matizes, tanto de direita quanto de esquerda – a massas, embora haja uma crença geral de que a humanidade esteja mais consciente e menos refém desse tipo de ato político violento. A violência revolucionária pode ser considerada uma variação da política; envolve a ruptura (logicamente instantânea e intensa, e necessariamente perene) de uma situação social, como nos casos específicos da Revolução Russa de 1917 ou da Revolução Francesa de 1789.

Violência cultural

A violência cultural é pouco conhecida, e constitui na substituição de uma cultura por um conjunto de valores importados e forçados. O exemplo clássico é a europeização dos indígenas americanos, principalmente nas regiões onde instalaram-se missões católicas (América do Sul, México). Mais recentemente muitas missões religiosas (essencialmente as cristãs) podem danificar a estrutura de tribos mais primitivas, provocando a longo prazo um esfacelamento de sua identidade cultural. É um tipo de violência intensa, perene e de pouco instantânea.
Violência verbal
Há formas mais individualizadas de violência, como a violência verbal. Normalmente afetam indivíduos em situações especiais, e não raro acompanham-se de violência física.

Violência contra a mulher

Em todas as sociedades existe a violência contra a mulher. Dados Mundiais da OMS (Organização Mundial da Saúde), e nacionais (Brasil), indicam números impressionantes sobre este tipo de violência. Qualquer ato violento que cause em dano ou sofrimento de natureza física, sexual ou psicológicas. Incluindo ameaças, a coerção ou a privação de liberdade, na vida pública ou privada. A violência contra a mulher engloba várias formas de violência, inclusive psicológica, não só o estupro. O abuso sexual de meninas no lar ou fora dele, a violência por parte do marido, assédio e intimidações sexuais no local de trabalho ou instituições educacionais, a prostituição forçada, entre outros. No Brasil os assassinatos de mulheres, cometidos por seus companheiros ou mesmo parentes próximos tem também atingindo números impressionantes.A violência contra a mulher é em geral, é praticada pelo marido, namorado, ex-companheiro.

Violência infantil

Trata-se de uma forma cruel de violência pois a vítima é incapaz de se defender. Um exemplo é o abuso sexual de crianças por pedófilos.
A pedofilia (também chamada de paedophilia erótica ou pedosexualidade) é uma parafilia na qual a atração sexual de um indivíduo adulto está dirigida primariamente para crianças pré-púberes ou ao redor da puberdade. A palavra pedofilia vem do grego παιδοφιλια < παις (que significa "criança") e φιλια ("amizade"). A pedofilia, por sí só, não é um crime, e sim um desvio psicológico e sexual. A pessoa pedófila passa a cometer um crime quando abusa sexualmente de crianças ou incentiva a produção de pornografia infantil.
Em países cuja idade de consentimento é relativamente alta, como nos Estados Unidos da América, o termo "pedofilia" é também utilizado para descrever a atração sexual por adolescentes. Em países cuja idade de consentimento é menor, tal como no Brasil ou na França, este uso é raro, tendo sido evitado pela mídia. A atração sexual de adultos por adolescentes (tanto do sexo feminino quanto masculino) pode ser descrita como efebofilia, sendo o termo pederastia exclusivo da atração sexual por adolescentes do sexo masculino.

Confusões comuns

· Uma pessoa não é necessariamente pedófila somente por sentir desejo sexual por esta ou aquela criança pré-púbere, mas sim, quando sentir atração sexual somente ou primariamente por crianças.
· Uma pessoa que abusa sexualmente de crianças pré-púberes não é necessariamente pedófila. A maioria dos casos de abuso sexual destas crianças envolve parentes ou outras pessoas próximas à vítima (pais, padrastos, tios, amigos, primos, irmãos, etc), que se aproveitam principalmente da fragilidade da vítima para satisfazer seus desejos.
· O contrário também vale: um pedófilo não necessariamente abusa sexualmente de crianças, seja por vontade própria ou por motivo de força maior (vigilância de autoridades policiais ou médicas, por exemplo).

Violência Espontânea x Institucional

Há uma grande diferença entre: violência institucional e violência espontânea. A institucional, trabalhada e cuidadosamente adaptada à situação, é empregada por grupos sociais de maneira sancionada, ou pelo menos é tolerada sem grandes problemas; a outra causa é constituída de pequenos atos e provocações (testes), e às vezes causa vergonha e arrependimento quase que imediatamente após cessar. A violência institucional usa-se da propaganda (ou da comunicação social) para vender uma suposta "naturalidade", visando maior aceitação. Ela é típica de guerras, pois nenhuma guerra se sustenta sem a aceitação por parte do povo de uma agressão a outro grupo, agressão que é justificada de maneiras mais engenhosas quanto possível (racismo, "direito natural" a possessões no exterior, revanchismo, etc).

Violência política

Cabe dar importância especial à violência política, que é estudada há mais tempo e que constitui ponto fundamental de obras como Leviatã (de Thomas Hobbes) ou O Príncipe (de Maquiavel).
O pensamento grego clássico atribui a democracia a situação de maior estabilidade e menor propensão a violência. Heródoto, em seu terceiro livro da História, argumenta que a monarquia estimula o orgulho e a inveja, levando inevitavelmente à violência e a derrubada do governante.
De certa forma, entretanto, mesmo a democracia carrega a violência: acredita-se que a violência é inerente ao Estado, existe em sua gênese e na sua manutenção. O Estado supostamente exerce o monopólio do uso da força e da violência. No entanto, mais do que praticá-las, acredita-se que uma democracia deva limitar ao máximo a prática das violências; ter uma função reguladora. Assim, as leis servem antes como um limite para a situação presente do que uma previsão acurada sobre as possibilidades de conflito social – por isso precisam ser constantemente reformuladas. Paralelamente ao desenvolvimento das leis, o Estado é o único responsável pelas forças de repreensão social, a polícia e a justiça institucional.
Alguns regimes que se desviam desse ideal de democracia mesmo mantendo as bases populares, o que leva a questão: a violência emana das massas? Por vezes, as massas encontram-se descontroladas por uma série de razões.
A Revolução Francesa foi, talvez, o primeiro caso de descontrole de massas, no período de 1793-4 (a República Jacobina). Embora ainda não houvesse uma democracia em sentido estrito após os acontecimentos de 1789, pode-se considerar como uma violência em era democrática o Terror, tanto mais porque não se propunha exatamente expandir o direito de voto e representação, e sim eliminar os inimigos da República e salvaguardar o regime a qualquer custo. O uso da violência revolucionária também esteve presente na Revolução Russa de 1917. O uso da violência, segundo os teóricos russos, seria uma estratégia da vanguarda profissional, disciplinada, para iniciar o regime de liberdade.
As origens históricas da violência revolucionária remontam aos gregos, que diferenciavam claramente a mudança política violenta da não-violenta: era a distinção entre um tirano (ou seja, aquele que usurpa o poder de uma cidade pela violência) e o legislador, ou seja, aquele que recebe a confiança popular para implantar reformas sem a necessidade de violência.

O Fascismo

O fascismo é um tema recente que gera muita discussão, é muito comum atribuir-se àqueles que ascenderam ao poder (Hitler, Mussolini, Franco) toda a responsabilidade histórica dos eventos que aconteceram em seus países. É importante lembrar que as massas não foram simplesmente manobradas nesses casos, tiveram seu papel, de modo que, sob certo ponto de vista, um conjunto enorme de indivíduos praticava a violência indiretamente, quando era permitida pelo Estado. O símbolo do fascismo italiano era o fascio romano, que ilustra bem a relação entre povo e poder: um feixe de varas unido fortemente num cabo que formava uma espécie de machado, símbolo da autoridade (o machado) apoiada sobre o povo (as varas).
A franca recuperação alemã no tempo de Hitler encorajou sua população a acreditar na culpabilidade dos judeus. Na chamada Noite dos cristais (Kristalnacht) – um episódio marcante de violência de massas – o impulso inicial foi dado pela atribuição de culpa a um judeu (por um atentado ao diplomata alemão Ernst vom Rath, em Paris), mas o resultado pode ter ido além das expectativas do governo; milhares de lojas e casas de judeus foram destruídas. (Veja também: pogroma)
Crê-se que um dos fatores que possibilitou a manutenção do estado nazista foi fundamentalmente a violência, pois assim que esta declinava (como na concessão feita pela Inglaterra e França após a invasão da Tchecoslováquia) o estado buscava novas agressões, novas aventuras. A própria Itália utilizou-se da violência na política externa ao invadir a Etiópia.
A aniquilação do judeu (bem como do cigano, do negro e de qualquer população "não-ariana") na Alemanha nazista não se limitava ao aspecto de violência física: Joseph Goebbels incentivava a queima pública de livros e trabalhos pretensamente judeus; cientistas foram expulso e humilhados, pintores foram mandados para campos de concentração. Em 1943 houve uma grande destruição de cerca de 500 obras de arte, na França, entre as quais figuravam trabalhos de Pablo Picasso, Max Ernst e Paul Klee. Assim a violência cultural ressurgiu entre os nazistas com aspectos que muito lembravam, pela irracionalidade, a Idade Média.
O episódio nazista é interessante ainda pela solução dada a ele: não houve uma rejeição popular ao regime nazista, não houve uma reflexão interna capaz de considerar repugnante aquilo. Ao invés, houve uma incapacitação (do exterior) para a continuidade do regime – a aniquilação das forças do país. Deste modo a Alemanha não "exorcizou" o nazismo por si, embora o tenha feito (em grande parte) durante os anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.

Violência e artes

Literatura

Na literatura a representação da violência é rica e variada. Merecem destaques as obras de alguns escritores.
Internacionalmente, a violência encontra representação quase que em toda a obra de Fiodor Dostoiévski. Franz Kafka ilustra um tipo de violência psicológica peculiar em O Processo (Der Prozeß, 1925). Ernest Hemingway é apenas um dos escritores a publicar obras sobre guerras, conquanto seu Por quem os sinos dobram (For Whom the Bells Tolls, 1940) seja um bom retrato de um conflito real, a guerra civil espanhola.
Na literatura portuguesa, a violência sempre esteve presente, embora nas tendências modernas foram muito mais explícitos os modos variados e verossímeis de violência.
Há um exemplo interessante em Euclides da Cunha (que fez d'Os Sertões um relato primoroso da Guerra dos Canudos), e destaca-se a obra do chamado regionalismo nordestino, de José Lins do Rego, Jorge Amado e Graciliano Ramos. Em Capitães de Areia (1936), Jorge Amado mostra com ternura a violência de um grupo de meninos abandonados nas ruas de Salvador; em Jubiabá (1935), ele mostra a trajetória de Antônio Balduíno, menino de rua que pratica atos criminosos menores, boxeador, assassino (quando "o olho da piedade vazou"), vagabundo e finalmente grevista, que aprende o caminho da razão justamente quando confrontado com a violência política.
Mas é Graciliano Ramos que, na literatura do Brasil, se compara à Dostoiévski na presença constante da violência. Suas obras trazem quase invariavelmente o conflito do homem que sofre alguma restrição, alguma coação ou alguma rejeição social, econômica ou cultural e tenta inutilmente reverter esse quadro. Em seus livros de memórias, como Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953) Graciliano documenta sua própria convivência com o mundo violento e cruel.
Já o romance Angústia (1936) gira em torno de um assassinato, justificado pelo narrador-protagonista como necessário e impositivo. O crime perturba definitivamente o criminoso, antes e depois do ato propriamente dito: antes, nas constantes paranóias sobre enforcamento, e depois, na convalescença de um mês e na necessidade de escrever o livro para exorcizar-se, eximir-se da culpa.

Cinema

O cinema é um veículo que tem uma grande infiltração mundial. Muitos dos filmes apresentam cenas de extrema e exagerada violência. A vida humana é por vezes tratada como algo banal. Existem diversos relatos de contraventores que ao praticar seus atos, se inspiraram em cenas e personagens considerados heróis. Trata-se também, de uma tipo de violência cultural, na medida que são estabelecidos novos valores incompatíveis com a conduta humana.

Televisão

A televisão tem sido tema de muita discussão em relação as cenas de violência realísticas. Muitas vezes, quase simultaneamente, expõe em suas programações, nos telejornais, telenovelas e seriados. A grande infiltração da televisão em todos os lares pode rapidamente difundir alguns dos tipos de violência.

Bíblia e violência

A Bíblia, para alguns especialistas, apresenta uma vasta coleção de eventos violentos. Nela encontram-se, ao lado de exemplos de virtude, desde assassinatos fratricidas e estupros até periódicas demonstrações de ira divina (dilúvio, pragas do Egito). A história de Adão e Eva em si pode ser vista como uma história de violência: Deus impondo normas e preceitos com base em sua autoridade; preceitos desobedecidos por Eva; punição na forma de expulsão do paraíso e conhecimento do mal.

Violência nos esportes

Existe violência praticada entre esportistas e entre torcedores de determinadas categorias. Existem diversos esportes que são considerados violentos, tais como: boxe, futebol, rugby, entre outros. Na copa de 2006 o jogador de futebol Zidane, ao sofrer uma ofensa verbal, agrediu fisicamente um outro jogador em pleno jogo da final, demonstrando uma atitude não adequada aos esportes.

Dados estatísticos

· a cada 13 minutos um brasileiro é assassinado;
· a cada 7 horas uma pessoa é vítima de acidente com arma de fogo no Brasil;
· um cidadão armado tem 57% mais chance de ser assassinado do que os que andam desarmados;
· as armas de fogo provocam um custo ao SUS de mais de 200 milhões de reais;
· no Brasil, por ano, morrem cerca de 25 mil pessoas vítimas do trânsito e 45 mil morrem de armas de fogo;
· em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis.
· Violência em Brasília = A cada 4 minutos ocorre um delito no Distrito Federal. São 15 crimes por hora. (Correio Braziliense, 17.01.2007, pág. 25);

Visão da atual violência no mundo

O mundo sofreu forte comoção e praticamente parou ao constatar o maior ataque terrorista desencadeado contra uma nação, no caso, os EUA. Seu sofisticado sistema de segurança, sua excepcional condição financeira, sua política externa globalizante, enfim, o modelo americano acabara de ser desmoralizado, e de forma trágica, medonha. O World Trade Center e o Pentágono, que até então simbolizavam o poderio econômico e militar, haviam sido alvo de um bombardeio nunca antes presenciado no mundo: dois aviões de passageiros, com mais de duzentas pessoas à bordo, sob o comando de terroristas, foram lançados contra as duas Torres, e um outro, também lotado de passageiros, devidamente em conexão operacional com os demais, caíra sob o prédio do Pentágono. Tudo isto feito à luz do dia, por um simples grupo de fanáticos religiosos terroristas. Pergunta-se: onde estavam os sofisticados sistemas de segurança da mais poderosa nação do planeta?
Não há como mensurar a dor do povo americano, muito menos as conseqüências que poderão advir afetando todo o mundo; são imprevisíveis.
O Presidente dos EUA, George W. Bush, declarou emocionado que estava declarada uma luta entre o Bem e o Mal. Cremos que seja a luta do mal contra o mal porque tanto de um lado quanto do outro vemos erros, muitos erros. No final dessa pugna absurda haverá de prevalecer a vitória esmagadora do Bem que surgirá no momento oportuno, afastando os contendores.
No passado histórico o mundo assistiu a queda de um império, o Romano, que se julgava capaz de dominar o mundo, nada, mas nada mesmo se lhe haveria de interpor. Mas ele ruiu, caiu deixando um rastro de poeira, sangue e muita brutalidade. Atualmente é o "Império da Modernidade" que apresenta sinais de fraqueza, instabilidade, insegurança, não obstante possa mostrar ainda toda a sua força bélica ultra sofisticada.
Atravessa-se, no mundo moderno, todo um instante de dor e ao mesmo tempo somos convidados à reflexão perguntando-se: por quê? A resposta só pode ser a necessidade de mudança radical de princípios éticos/morais/religiosos quando também não haja necessidade de uma nação curvar-se diante de outra. Curvemos o nosso orgulho, a nossa prepotência, a nossa ambição, mas diante de Deus, nosso Criador, porque o poder centralizador da Terra frente ao desespero e a incredulidade do que se via tremeu, apavorou-se e inclinou-se fragilmente com os olhos cravados no solo repleto de escombros de uma das maiores super cidades americanas: Nova York.
As manifestações da dor e do mal crescem, ganham proporções inimagináveis, e se espalham por todo o mundo. Quem pode hoje se sentir protegido quando se notabilizam os abortos, suicídios, atos criminosos, corrupção, chacinas, seqüestros, degradação sexual, tráfico de drogas em larga escala e tantos outros fatos que deprimem e infelicitam essa humanidade?
Tem que haver, como há uma recrudescência da fome, do desemprego, da falta de educação, do terror e de doenças encaixadas num quadro de etiologias.

Os americanos, segundo uma ótica espírita, estão na fase de colheita de seu plantio do passado. Seria muita ingenuidade tentar "tapar o sol com a peneira", não querendo reconhecer que os EUA semeou muitos espinhos de dominação em todo o mundo, deixando um plantio de dor que hoje começa a colher.
Através de uma fria análise devemos convir que o acontecido em Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001, foi uma dose de tragédia e dor maior do que há muito tempo já vem acontecendo em doses menores em toda parte desse planeta. O homem precisa mudar seu comportamento e o ângulo de sua visão de vida para que a fraternidade possa imperar entre todos, estejam onde estiverem.
Na oportunidade torna-se importantíssimo que lembremos o que disseram os Espíritos Superiores, em resposta à pergunta 784, a Allan Kardec e que este relatou em O Livro dos Espíritos: "... Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas". Aí está o que diz o Espiritismo tão criticado por pessoas que não O conhecem, e que procuram estabelecer, nas mentes incautas dos que somente prega o bem de todos, a paz para todos os lugares, a vivência da compreensão e do amor para todos.
Na mesma proporção em que tecnologicamente o homem cresce e ganha força, domínio, enriquece e adquire bem estar físico, aumenta a onda de violência, de desamor, de falta de honradez nas atitudes, numa verdadeira avalanche de sombras e detritos morais perturbadoras, dolorosas.
Todos são atingidos, direta ou indiretamente, passando a conviver com cenas chocantes, experiências inusitadas, numa amostragem de que a chuva de fel vai caindo sobre a cabeça de todos, indistintamente, "encharcando-os" e machucando-os sem dó nem piedade. Lembramos de Jesus, nessas horas, quando afirmou: "No mundo tereis aflições". Felizmente também deixou dito: "...mas aquele que perseverar até o fim, este será salvo" e "Bem aventurados os mansos e pacíficos". Só temos que seguir as pegadas do Mestre Divino.
A humanidade terrena está muito pobre de espiritualidade, conhece muito pouco sobre a realidade e a força do amor que Jesus exemplificou, porque para ela está faltando conhecimentos que só a Doutrina Espírita pode oferecer ao mostrar o porquê da dor e do sofrimento.
Seria ótimo que os EUA não buscasse a retaliação, procurasse um entendimento com os talibãs, a começar por Osama Bin Laden. Mas, será que estes entenderiam o possível gesto nobre dos EUA? Não veriam nessa atitude uma demonstração de fraqueza, e não partiriam para o domínio total do mundo com as suas absurdas crenças religiosas e costumes impostos ao povo, principalmente às mulheres, elas que são discriminadas cruelmente, sadicamente, impondo-lhes modos de se vestir, de se apresentar como se fossem elas a retratação total e fiel dos mais ignóbeis atos?

Curiosidades

Hooligans

Origem, evolução e composição das torcidas. O hooliganismo na Inglaterra não é novo, em 1880 já se observava alguns casos de violência ocasionados por multidões em jogos de futebol.
O que temos a ver com o hooligan? Quem ou o que é responsável por seu crescimento? Toda semana, algum incidente deixa claro que determinadas zonas de Londres são mais perigosas para o transeunte pacífico do que as recônditas regiões da Calábria, Sicília ou Grécia, outrora clássicos refúgios de bandoleiros. Todo dia, em algum tribunal, são narrados detalhes de atos de brutalidade, cujas vítimas são homens e mulheres inocentes. Enquanto o hooligan maltratava unicamente o hooligan - enquanto ouvíamos falar principalmente dos ataques e contra-ataques de bandos, ainda que por vezes munidos de armas mortais -, a questão era bem menos premente do que se tornou agora... Não há como olhar sem inquietação, contudo, para a insistente recorrência de explosões de violência por parte de marginais, o sistemático desrespeito à lei por parte dos grupos de garotos e rapazes que representam o terror da vizinhança em que habitam. Nossos hooligans vão de mal a pior. Eles são uma degeneração no organismo político, sendo a pior circunstân o fato de estarem se multiplicando e que as juntas educacionais e prisões, os magistrados da polícia e os.filantropos não parecem contribuir para regenerá-los. Outras grandes cidades podem se livrar de elementos mais perniciosos ao Estado. Não obstante, o hooligan constitui uma odiosa excrescência de nossa civilização.
Antes da II Guerra Mundial, os jovens iam tradicionalmente acompanhados aos jogos pelos pais, tios ou irmãos mais velhos, ou por vários grupos etários de sua vizinhança e assim o seu comportamento estaria sujeito a um controle, enquanto depois de 1960 os jovens começaram a assistir a jogos com rapazes da mesma idade perdendo-se este mecanismo auto-regulador.
A violência no futebol deve ser entendida como a intervenção social simbólica dos jovens na tentativa de desenvolverem a sua identidade diferencial, tal como o aparecimento de várias subculturas jovens a partir dos anos 1950 na Grã-Bretanha, como os "Teddy Boys", "Mods", "Skinheads" etc.
O fenômeno das torcidas uniformizadas em Portugal, surgiu no final da década de 1970, tendo seu auge entre os anos de 1984 e 85. Os torcedores portugueses não são semelhantes aos hooligans ingleses. O fenômeno do hooliganismo, conceito que designa a violência organizada e premeditada nos espetáculos desportivos, em especial os de futebol, surgiu nos finais dos anos 1950 na Grã-Bretanha. Como causas estiveram as mudanças estruturais de classe trabalhadora, a expansão do mercado de tempos livres dirigido aos jovens, a vontade destes se deslocarem regularmente aos jogos fora de casa, o colapso do mercado de trabalho para jovens e as mudanças operadas na estrutura do futebol. Contribuíram também o efeito negativo das tentativas das autoridades de futebol e do governo britânico no processo de controle de vandalismo, bem como o advento da televisão e o aparecimento de uma imprensa que evidenciava o valor da notícia orientada por critérios comerciais.
A propagação do fenômeno ao continente europeu deu-se em 1975, coincidindo com o auge do hooliganismo na Grã-Bretanha.
Os hooligans são grupos sem organização explícita, onde a participação é determinada pela sua vulnerabilidade social, procurando compensar a sua baixa perspectiva social por meio de excitação e identificação: com o clube ganhador, com um grupo que mobiliza o aparelho policial, e ainda o prestígio individual, pelas façanhas especiais e de desafio a toda estrutura de suporte ao espetáculo esportivo. Em Portugal as torcidas começaram com pequenos agrupamentos de jovens, sócios dos maiores clubes, sem preocupação de se organizarem. Na década de oitenta começou o reconhecimento dessas torcidas por parte dos clubes. As torcidas participaram até de eleições dentro de seus clubes. Com isso, ocorreram divergências e surgiram outras facções dentro de um mesmo clube.
Após os incidentes no estádio de Heysel Park (Bélgica) em 1985, começaram a surgir algumas medidas contra as torcidas. A direção de alguns clubes ao apoiarem as torcidas, colocaram na direção das mesmas, elementos de sua confiança, processo este bem sucedido em alguns casos.
Em algumas torcidas, encontram-se grupos de jovens (metálicos e skinheads) que apesar de não pertencerem a estas, encontram-se nas arquibancadas. A liderança que exercem nas atitudes provocatórias, arrastando alguns elementos mais jovens das torcidas, torna-se um problema de difícil controle para os chefes de torcida. O controle dos chefes de torcida durante a partida é de certo modo tranqüila, mas após o jogo esse controle não é mais eficaz, onde segundo estes a intervenção deve se dar pelos agentes de segurança.
Em 1989 ocorreu em Coimbra uma reunião e foi criada a Federação Nacional das Claques.Com sua organização, hierárquica e inserção nos clubes, as torcidas constituem um forte elemento regulador de conflitos.

No decurso dos últimos vinte anos a violência no futebol surgiu como confrontação entre grupos sociais e partidários fanáticos e assim como com a polícia, durante ou após os jogos de futebol profissional – especialmente em Inglaterra. Mas estes atos destruidores, vingativos, estendem-se muito para além do campo de futebol.
Membros de grupos minoritários (em especial negros e indianos), os bens públicos e privados, os comboios, os autocarros, etc., constituem o centro das manifestações agressivas desta multidão essencialmente composta por jovens (na maioria homens) frustrados da classe operária, que vestem de forma distinta e são terrivelmente leais para com uma determinada equipe.

Com o desemprego e o estado atual da economia, há poucas esperanças para os jovens não qualificados de conseguirem a satisfação de suas necessidades, o que cria uma tensão cultural e de estatuto entre os jovens e a sociedade em geral".A juventude oriunda da classe operária que submetida à pressão da sociedade de consumo a qual não pode responder por falta de meios e de perspectivas futuras, constrói a sua própria "subcultura" em que a masculinidade e a dureza vão acompanhando a luta e a violência, constituem meios de afirmação do indivíduo e do grupo.Em primeiro lugar, apenas o lenço branco expressava a adesão da torcida à camisa, vieram depois bandeira, apito, corneta, pó-de-arroz, papel picado e até fumaça colorida. A cada gol que surgia, a resposta da torcida vinha de forma impecável como o terno de linho engomado, a gravata cheia de charme e o chapéu na cabeça dando o detalhe final do que era o torcedor carioca dos anos de 1920 aos de 1950.
Alegres e brincalhonas, as torcidas foram se envolvendo em confrontos armados entre as massas de torcedores e hoje são as organizadas que estão transformando o espetáculo do futebol em cenas de violência. o fenômeno do hooliganismo é caracterizado por mudanças estruturais nas diferentes camadas de classe trabalhadora, a expansão do mercado de tempos livres especificamente virado para os jovens, à vontade destes em se deslocarem regularmente aos jogos fora de casa e o colapso do mercado de trabalho para jovens e as mudanças operadas na estrutura do futebol e, em especial, as tentativas das autoridades do futebol, e designadamente do governo britânico, no processo de controle de vandalismo, bem como o advento da televisão e o aparecimento de uma Imprensa que evidencia o valor da notícia orientado por critérios comerciais.
O hooliganismo era o resultado do colapso geral da autoridade britânica e da ineficácia das diferentes instituições socializadoras, Família, Escola, Igreja etc. Pela tradição violenta se atraiu um grupo de jovens, não sendo seduzidos pelo futebol, mas antes pelos acontecimentos que este lhes proporcionava. É neste contexto que explicam o aparecimento dos grupos de extrema-direita, onde os grupos de jovens, "irrequietos", "não estruturados", "provocadores" e "com pouca ou nenhuma perspectiva social" constituíam uma fonte de recrutamento para estas organizações (WILLIAMS, DUNNING & MURPHY, Consideram também que a Imprensa assumiu um papel ampliador do pânico moral, verificando-se um conseqüente aumento de medidas de controle, tendo-se apresentado deste modo como o fator principal no desenvolvimento do fenômeno.
A partir de 1985 surgiu um novo tipo de hooligan, os "Casuels". Estes vão aos jogos com roupas de marca, sem possibilidade de serem reconhecidos, sendo as confrontações entre torcidas marcadas para fora dos estádios e, recentemente, transferidas para jogos não considerados perigosos onde o controle policial não está prevenido para tais ocorrências.
O planejamento e organização dos confrontos assumem aspectos de "requinte" e de grande imprevisibilidade. Exemplo... um grupo de desordeiros, para evitar ser reconhecido pela polícia numa viagem para assistir a um jogo fora, alugou fotos de passeio e fez a viagem nos caminhos de ferro britânicos, tendo persuadido as autoridades de que iam para um casamento (...). As provas que foram fornecidas mostram que uma característica do vândalo de hoje é que, muitas vezes, ele não bebe álcool, deliberadamente, para poder atuar na operação planejada e conservar o raciocínio lúcido.
Os hooligans constituem quase grupos subculturais (companheiros de idade em situações idênticas, sem organização explícita e ausência de liderança): onde a pertença a estes é determinada pela vulnerabilidade social (delinqüência juvenil, por meio de experiências negativas no processo de integração social).
Apresenta elementos catalisadores que identificam o hooliganismo no futebol: a organização regular e calendarizada da competição, a tradição da rixa e a venda de álcool, a atuação desadequada da polícia, a atenção de imprensa, as manipulações políticas que se produzem no seio dos jovens e o clima de violência na vida política. O hooliganismo, suporta a noção que lutas resultam de convergência de categorias socioeconômicas inferiores.
Entre as torcidas pode identificar subgrupos que manifestaram comportamentos violentos, o que podemos caracterizar como fazendo parte do aspecto subcultural da juventude, entendido como produtos de forças estruturais: classe social, trabalho, desemprego, raça e gênero. O excitamento que os atos violentos que praticam, trazem associados à identidade que conseguem - não só pela camisa que vestem - mas também pelo reconhecimento dos outros grupos em conseqüência dos atos que praticam, confere-lhe "status".
A violência ocorre dentro e entre as torcidas organizadas, o que não envolve a participação global de seu contingente. Os chefes de torcida alegam que são pessoas infiltradas nas torcidas para fazer confusão e armar tumultos, sem o aval deles. Dizem excluí-los ao identificá-los. Contudo, principalmente as torcidas jovens revelam a predisposição para o confronto.
Embora sejam independentes dos clubes pelos quais torcem, os clubes de torcedores na Inglaterra tipicamente se instalam nas proximidades dos estádios. Ficam abertos sete noites por semana, e os torcedores aparecem para beber, jogar dardos e conversar sobre Esporte. Na medida em que seus clubes de futebol não são clubes sociais, essas organizações de torcedores muitas vezes se tornam o foco da vida social da comunidade, promovendo festas e bailes. A maioria dos clubes também conta com as contribuições dos grupos organizados de torcedores. Seus membros promovem concursos de apostas, bingos e rifas; vendem bandeiras, camisas e outros souvenirs, a fim de levantarem recursos para os times que amam (LEVER, 1983).
Dividiu-se a população em cinco classes. Dos avaliados, 2 a 6% eram profissionais estando na classe 1; 13 a 15% eram da categoria com ocupação intermediária, classe 2; 65% eram da classe 3, trabalhadores manuais ou trabalhadores com habilidade não manuais e a freqüência de operários semi-especializados e trabalhadores manuais não especializados - classes 4 e 5, são considerados inferiores, variando de acordo com seus dados, entre 11 e 13% para os operários semi-especializados, classe 4 e entre 2 e 4% para os trabalhadores não especializados, classe 5.
HARRINGTON em 1968 (DUNNING; MURPHY; WILLIAMS, 1988) foi o primeiro a empreender um sistemático estudo sobre os hooligans:
- 318 (64%) da sua amostra de 497 torcedores pertenciam às classes 4 e 5;
- 50 (10%) eram trabalhadores manuais especializados;
- 19 (4%) eram vendedores ou trabalhadores de escritório;
- 14% estavam inseridos na classe 3;
- 2 eram profissionais ou tinham capacidade para gerenciar, sendo qualificados nas classes 1 e 2.
O gráfico 1 mostra esses resultados obtidos pela PM (Polícia Militar).

Gráfico 1:
Fonte: SEGALLA; ABRUCIO Jr., 1995, p. 37

O futebol pode proporcionar ao torcedor a única área em que sentem que sua participação é eficaz: hoje eles vaiam e amanhã o técnico é dispensado. Os torcedores não são espectadores passivos, influenciam o resultado das partidas e a administração de seus clubes, os torcedores brasileiros acham que pagam aos jogadores do seu próprio bolso, com seu dinheiro escasso e tão arduamente conquistado.
Elas formam grupos, cobram mensalidades, vendem camisas, chaveiros, flâmulas e tudo que puderem fazer dinheiro, virou também um comércio e, como todo comércio, para ser rentável precisa de uma propaganda positiva. Os chefes das torcidas não podem ver um time perder, pois as vendas caem. Isso tudo começa a acarretar problemas sérios com os atletas, dirigentes, imprensa e policia. A partir daí, as pressões que os profissionais do futebol sofrem deles é inacreditável. O interesse não é mais torcer pelo clube do coração e sim vender produtos.
Em algumas cidades eles saem às ruas após os jogos quebrando tudo: automóveis, lâmpadas dos postes, vidraças de vitrines e das casas ao redor, destroem placas de trânsito sem falar no que já destruíram dentro dos próprios estádios, principalmente se for do adversário. E não são grupos isolados... Todos são de torcidas organizadas.
Pode-se concluir que o advento das torcidas organizadas é um fenômeno social e cultural. Para o controle do vandalismo, ocasionado por esses grupos, é necessário um imenso estudo e principalmente, uma grande mudança em toda nossa estrutura social e política.

Conclusão

Com esse trabalho conseguimos concluir a importância da conscientização de todos. A violência tomou conta de nossa vida, se não fizermos alguma coisa esse enorme problema irá somente se agravar. Devemos cuidar cada detalhe.




Bibliografia
www.wikipedia.com.br
www.violencia.com
www.renascebrasil.com.br
www.abrapia.org.br

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